Algumas limitações
Em 2022, a escolha de candidaturas buscou criar um cenário representativo da diversidade encontrada entre as mulheres brasileiras. Entretanto, na tentativa de não concentrar as análises em determinados grupos, compreendemos que não fizemos uma análise exaustiva que contivesse, por exemplo, candidatas que são notoriamente vítimas de violência política online e que estavam disputando o pleito. Esse era também um cuidado para que não colocássemos apenas candidatas que já sabíamos ser vítimas de violência política, abrindo margem para que encontrássemos outras mulheres que são vítimas e que não tem essa situação suficientemente reconhecida.
Nesse sentido, podemos citar como exemplo a escolha da mesma quantidade de candidatas a cargos legislativos por estado, que excluiu nomes como Sâmia Bonfim e Marina Silva. Para tentar contornar a ausência de certas personalidades, considerando que o estado de São Paulo tem muitas candidatas de grande projeção nacional - alvos repetidos de violência política de gênero-, fizemos uma coleta à parte com nomes do estado para análise em separado.
Também é relevante destacar a limitação da análise individual das publicações, que nessa edição envolveu nove pessoas. Na tentativa de homogeneizar as classificações, reunimos todas as profissionais envolvidas para avaliar os primeiros 100 posts coletivamente, e afinar o entendimento sobre as características de cada um. Desse encontro surgiram as bases para a criação do nosso guia de codificação, compartilhado com toda a equipe, e ajustado permanentemente de acordo com cada nova discussão.
Ainda assim, ao longo de toda a execução do MonitorA, diferentes termos e expressões foram reclassificados, variando com compreensões subjetivas e também contextuais. Assim, entendemos que a análise humana não pode ser absolutamente objetiva e regular, e os resultados da pesquisa podem variar junto à multiplicidade das pessoas codificadoras.